Os empregados da Copel rejeitaram, na maior votação da
história da empresa em assembleias para um Acordo Coletivo de Trabalho, a “proposta
indecorosa” apresentada pela direção.
Dos 5.840 colegas que votaram nas assembleias que realizamos
em todo o Paraná, 4.249 (72,7% do total de votantes, ou 73,51% dos votos
válidos) repudiaram o que a Copel ofereceu até agora. Do outro lado, houve
apenas 1.531 votos favoráveis, além de 52 abstenções, sete em branco e um
anulado.
O resultado, além de mostrar a insatisfação dos copelianos
com o que a direção da Copel propõe, dá aos 16 sindicatos que permanecem unidos
defendendo os interesses de quase 99% dos trabalhadores condições legais de
organizar paralisações a partir do próximo dia 22.
Para a direção da Copel, fica um recado claro: a união entre
trabalhadores e sindicatos é mais forte que coação, ameaça e chantagem.
Esperamos que, agora, a empresa tenha a humildade de reconhecer que sua oferta
está muito aquém do que esperam os responsáveis por seu sucesso e reabra as
negociações o mais rápido possível.
Do contrário, a Copel vai parar!
Parabéns e obrigado aos copelianos; mostramos que temos
valor, e não preço
Nunca, na história da empresa, tantos trabalhadores foram às
urnas para decidir sobre o rumo de um Acordo Coletivo de Trabalho. Os 5.840
votantes representam nada menos que 61% dos copelianos. A participação recorde
evidencia duas coisas: em primeiro lugar, a força que temos quando nos unimos
em torno de um objetivo para lutar que ele seja alcançando. E, também, que
arrogância, intimidação e chantagem, muito usadas pela direção da Copel nesta
negociação, não apenas foram um tiro n'água como tiveram o efeito contrário ao
esperado pela direção, revoltando e unindo os empregados.
De nossa parte, parabenizamos e agradecemos aos copelianos.
Em primeiro lugar, pela confiança em nosso trabalho, desde a preparação da
campanha, passando pela mesa de negociações e chegando às assembleias. Mas,
principalmente, pela coragem que tiveram ao recusar a “proposta indecorosa” e
abraçar uma luta, que é de todos, por melhores salários e condições de
trabalho. Foi uma vitória importante. Mas agora, mais do que nunca, é
fundamental permanecermos mais unidos do que nunca.
A
direção da Copel será comunicada oficialmente do resultado das assembleias
ainda nesta segunda-feira (12). No comunicado, vamos pedir a imediata
reabertura das negociações. Mas, desta vez, negociações de fato, e não o
desfile de “nãos” que se tornou habitual nos últimos anos. A esse costume, aliás,
os trabalhadores responderam com um “NÃO” muito, mas muito mais sonoro.
É
hora da direção reconhecer que é preciso mudar sua postura e trabalhar por uma
proposta que reconheça o valor de seus empregados, debatendo-a com franqueza e
postura democrática na mesa de negociações. Pois também já começamos a preparar
as paralisações do próximo dia 22