terça-feira, 9 de setembro de 2014

UGTpress; O BRASIL ENTRE OS FRAGEIS?

OS "CINCO FRÁGEIS": a imprensa brasileira vem nos poupando de certas críticas recorrentes nos mercados financeiros. Pouco se tem ouvido falar sobre os "cinco frágeis", uma linguagem pra lá de preocupante. Refere-se aos países com maiores dificuldades para obter investimentos. A lista contém os nomes de alguns emergentes: Brasil, África do Sul, Indonésia, Índia e Turquia. O nome "cinco frágeis" foi cunhado pelo banco Morgan Stanley e pode trazer dor de cabeça para o Brasil.

COMPLICANDO: gradativamente, a situação brasileira vai se complicando: o PIB (Produto Interno Bruno) do segundo trimestre foi negativo; e o rombo nas contas externas ultrapassam 6 bilhões de dólares. Analistas sérios dizem que a situação econômica do Brasil é ruim e que o governo já lança mão de um ajuste recessivo. Para que o Brasil entre em recessão, tecnicamente, basta que os próximos dois trimestres apresentem também resultados negativos, o que, segundo a maioria, ainda é um cenário improvável.

CHINESES: apontar para uma crescente dependência da China em nossa região (América do Sul) tem sido comum, embora o quadro não seja inteiramente visível a olho nu. Realmente, a China vem aumentando seus investimentos na região, comprando matérias primas e exportando mais. Na área dos chamados investimentos produtivos, a última demonstração de força chinesa foi a inauguração no Brasil (Jacareí/SP) de sua primeira montadora de veículos, a Chery. A montadora pretende produzir 50 mil carros/ano no Brasil e, embora haja um hiato no setor, com as vendas caindo, o vice-presidente mundial da companhia, Zhou Biren, disse que "a crise é passageira e o Brasil tem potencial para 4 a 5 milhões de veículos/ano, só não sabemos ainda quanto tempo vai levar para atingir este número" (Estadão, 29/08). Os investimentos necessários para a montadora foram de aproximadamente 600 milhões de dólares, nada assustador. Não se sabe porque o Brasil, um país de dimensões continentais, ainda não tem a sua própria montadora.

SOMOS 202,7 MILHÕES: o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a estimativa de crescimento populacional do Brasil, voltando-se ao primeiro de julho deste ano. Crescemos 0,86% em um ano. São Paulo continua sendo o município mais populoso do Brasil com 11,9 milhões de habitantes e cerca de 10% de toda população brasileira está na Região Metropolitana de São Paulo. As capitais continuam catalisando a preferência dos brasileiros e são as cidades que mais crescem, especialmente em seus entornos, aqueles municípios que as margeiam. Com exceção das capitais, o maior município é Guarulhos (SP). O menor município fica em Minas Gerais e tem um nome bonito, Serra da Saudade, com 822 moradores. Os três estados mais populosos continuam no sudeste: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

ITAMARATY: o escritor e diplomata aposentado Alexandre Vidal Porto, em artigo na Folha de São Paulo (23/08), forneceu alguns números interessantes: "o Itamaraty possui 227 missões diplomáticas operando 24 horas, 7 dias por semana, em 150 países. São cerca de 7.000 funcionários, todos concursados, dispostos a estar longe da família, dos amigos e do país". Provavelmente, a realidade é mais prosaica e o Itamaraty, como todo órgão público brasileiro, deve ter também os seus problemas. Mas, não é disso que UGTpress trata aqui. A história realmente apresenta a diplomacia brasileira como eficiente. O artigo do diplomata começa com uma informação auspiciosa: "de 162 países pesquisados [por um instituto australiano], apenas 11 não estão envolvidos em disputas internacionais. O Brasil é um deles". Inclui uma assertiva: "Quando a diplomacia de um país é boa, todos ganham: o comércio e a cooperação internacional crescem, e os conflitos se resolvem na conversa. O efeito multiplicador que a ação diplomática pode ter sobre o progresso nacional é incalculável". O artigo tem um viés de inconformidade com o orçamento destinado à diplomacia brasileira e, realmente os gastos, em comparação com outros ministérios, são desprezíveis

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