terça-feira, 4 de agosto de 2015

UGTpress: DNA GOLPISTA

DNA GOLPISTA: Elio Gaspari, jornalista e colunista da Folha de São Paulo, em interessante exercício de memória, lembrou-nos de nosso DNA golpista, anotando-os na edição de 12 de julho. Veja: 01. golpe parlamentar que proclamou a maioridade de D. Pedro II; 02. 1889, deposição de D. Pedro II; 03. 1891, com a renúncia do Marechal Deodoro, assume Floriano Peixoto, que não realizou eleições e governou até 1894; 04. 1930, Getúlio Vargas, candidato derrotado, liderou uma revolta e governou até 1945; 05. 1937, depois da Constituinte de 1934, não foram realizadas as eleições, Getúlio fechou o Congresso e proclamou o Estado Novo; 06. 1945, com eleições já marcadas, um grupo militar antecipou a saída de Getúlio Vargas e colocou na presidência o presidente do Supremo Tribunal Federal; 07. 1955, depois do infarto de Café Filho, assumiu Carlos Luz, mas o Congresso votou seu impeachment e assumiu o presidente do Senado, Nereu Ramos; 08. 1961, com a renúncia de Jânio Quadros, houve a recusa dos militares em permitir a posse de Jango Goulart, com rapidez foi aprovada uma emenda parlamentarista e Jango pode assumir com poderes limitados; 09. 1963, Jango promove um plebiscito com ampla propaganda oficial em favor do presidencialismo, o que lhe daria mais poderes como presidente; 10. 1964, os militares extinguiram o mandato de João Goulart, declararam vago o cargo e elegeram indiretamente Castelo Branco; 11. 1968, o presidente Costa e Silva baixou o Ato Institucional nº 5, suprimindo liberdades; 12. Costa e Silva ficou impossibilitado de governar e os militares impediram a posse do vice Pedro Aleixo e, em seu lugar, tomou posse uma junta militar; 13. 1988 foi promulgada nova Constituição, depois com Fernando Henrique Cardoso na presidência, foi votada em janeiro de 1997 emenda que permitiu a reeleição e meses depois foi denunciado pela Folha de São Paulo que houve compra de votos para a sua aprovação; 14. 2014, a presidente em exercício Dilma Rousseff, depois de eleita, é acusada de estelionato eleitoral e seu impeachment começa a ser cogitado. Nota: na verdade, Elio Gaspari só anotou 11 "golpes", incluindo o caso da maioridade de D. Pedro II. A redação de UGTpress incluiu a votação de duas emendas, a da volta do presidencialismo (1963), da reeleição (1997) e os trâmites atuais contra Dilma Rousseff, apenas para contextualização histórica e atualização.
PERIGO AMARELO: quando grandes economias entram em crise, o perigo de contaminação global é muito maior. Foi assim em 2008, quando estourou a crise imobiliária nos Estados Unidos e também em 2011 quando recrudesceu a crise europeia. Agora, insistentemente, os analistas vêm falando de uma bolha chinesa e a possibilidade dela provocar maiores danos à já combalida economia mundial. Houve queda significativa no valor das ações em bolsa chinesa e isso acendeu a luz vermelha. Os investidores vão tomar mais cuidado em relação às economias dos Brics e isso sem dúvida poderá afetar ainda mais a situação brasileira. Quem diz isso é o professor Stephen Roach, da Universidade de Yale: "Quando bolhas da magnitude da chinesa estouram, elas assumem vida própria, é difícil  detê-las" (Folha de São Paulo, 11-07). No início de julho, a bolsa chinesa caiu e depois se recuperou, mas neste caso há a disseminação da desconfiança e ela é fatal para o futuro. O professor Stephen reitera: "Os impactos sobre o Brasil já foram sentidos com a menor demanda por commodities. Agora, se você acrescenta a crise grega e o estouro da bolha, isso aumenta ainda mais as preocupações dos investidores, sinalizando período muito difícil para os países emergentes" (idem, idem).
FORA DE CONTROLE: as bondades da presidente Dilma Rousseff, no período anterior às eleições presidenciais (redução das taxas de juros, diminuição dos preços administrados, especialmente da energia elétrica), que impediram a escalada inflacionária, estão se transformando em maldades: os preços administrados e os juros subiram muito, provocando recessão. Segundo a maioria dos analistas, esta situação pode complicar o ajuste fiscal proposto pelo ministro Joaquim Levy. É simples. Se você aumenta juros e preços, reduzindo a atividade econômica, obviamente vai reduzir as receitas governamentais. Isso somado à diminuição das exportações e a outros fatores perversos que rondam a economia brasileira, faz aparecer aquilo que os economistas reputam como o pior dos mundos, a estagflação. 

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