sábado, 13 de maio de 2017

Centrais se reúnem com relator da reforma trabalhista na CAE do Senado

Dirigentes das Centrais Sindicais tiveram encontro na terça (9) com o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relator da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. A reunião teve a presença de entidades como Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados do trabalho), ANPT (Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho) e Sinait (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho), entre outras.

O encontro serviu para que os sindicalistas apresentassem ao relator pontos de vista divergentes do conteúdo do texto que foi aprovado na Câmara, bem como suas preocupações a respeito da forma de tramitação do projeto na Casa revisora. Há preocupação com a possibilidade de quebra de um acordo feito para que a matéria tenha um trâmite normal.

Segundo o diretor de Comunicação da Nova Central, Nailton Francisco de Souza (Porreta), o governo ameaça novamente abrir mão do diálogo e adotar a estratégia do confronto. “As mais de cem alterações na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foram redigidas em instituições patronais e entregues como emendas aos deputados, que aprovaram integralmente o desmonte no Direito do Trabalho”, denuncia.

Para o presidente da CGTB, Ubiraci Dantas (Bira), não se pode fazer no Senado o que foi feito na Câmara. “Passaram o trator nos trabalhadores. Sem dar chance de diálogo, os deputados aprovaram um relatório nocivo", diz.

O presidente da UGT, Ricardo Patah, disse que o projeto aprovado não foi discutido com ninguém. “O projeto original apresentado pelo governo Temer foi discutido. Porém, o relatório que modificou o texto inicial para pior, não levou em consideração as discussões anteriores e foi aprovado a toque de caixa. Isso nós não vamos aceitar”, lembra.

O secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, entregou ao senador um documento, onde apresenta uma nota técnica. Ele destacou, por exemplo, que “o trabalho intermitente desregulamenta a jornada de trabalho”.

O presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Carlos Fernando da Silva Filho, observa que a tramitação do projeto na Câmara não levou em conta as posições manifestadas pelas entidades que representam diversos setores do mundo do trabalho. “A solução para esse projeto é arquivar e começar do zero. Temos que discutir tudo do início”, afirma.

Ferraço prometeu votar contra qualquer requerimento de urgência para a matéria. “Eu não aceito urgência. Se depender de mim não haverá urgência”, frisa. O senador reiterou que serão realizadas duas sessões temáticas no plenário para debater o PLC, já marcadas para esta quinta (11) e a próxima terça (16) com a participação de seis convidados em cada uma.
Fonte: Agência Sindical

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