sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Eletricitários repudiam privatização da Eletrobras e apontam precarização

As entidades de trabalhadores reagem à iniciativa do governo Temer de privatizar a Eletrobras. Para os sindicalistas, a privatização colocará em risco o sistema, com a precarização dos serviços, demissão dos quadros técnicos qualificados e, no final das contas, aumento no preço das tarifas.

Criada por Getúlio Vargas em 1954, a Eletrobras (Centrais Elétricas Brasileiras) enfrentou dura resistência para a sua instalação, que só viria a ocorrer em 1962, por ato do presidente Jango.

Chicão - A Agência Sindical entrevistou Eduardo Vasconcellos Correia Annunciato (Chicão), que preside o Sindicato dos Eletricitários de São Paulo e a Fenatema, uma das três Federações nacionais da categoria. Segundo o dirigente, “a Eletrobras é extremamente eficiente e lucrativa”.

- Começa errado
“A privatização começa mal por não ter sido discutida com ninguém, a começar pelos trabalhadores. Como nas demais privatizações, o preço está subavaliado. Ou seja, o comprador adquire por um preço que sobe no momento seguinte à privatização. Aliás, já ganharam 50% do dia pra noite ao especular com as ações”.

- Precariza tudo
“Se ocorrer a privatização, a consequência imediata será a precarização, como já ocorreu aqui em São Paulo. Os novos gestores enxugam os quadros e demitem. Na sequência, terceirizam, contratando gente inexperiente e sem conhecimento específico do setor”.

- Perda de soberania
“O Sistema Eletrobras é nacional e interligado, um depende do outro. A fragilização dessa cadeia põe em risco a soberania nacional. As estatais nacionais do setor vêm sendo compradas por estatais da China, França, Portugal e até da Colômbia. Será que só no Brasil estatal não funciona?”.

- Resistência e ato
“Em São Paulo, faremos protesto dia 4, nas portas de empresas e estações. Haverá também protestos por todo o Brasil. Vamos parar trabalhadores e fazer advertência na porta da estação Tijuco Preto, em Mogi Cruzes; em Ibiúna, que recebe energia de Itaipu; em Cachoeira Paulista, que interliga o sistema Sul, Sudeste e Centro Oeste e também em Guarulhos, que alimenta imensa área industrial local e de São Paulo”.

- Perdas trabalhistas
“Quando privatizam, logo tentam cortar o pagamento dos benefícios conquistados ao longo do tempo. Também trocam parte do corpo qualificado por terceirizados que ganham menos, não têm qualificação, são inexperientes e não dominam detalhes técnicos do setor ou específicos de locais e regiões. Perdem os trabalhadores e perde a sociedade”.

- Apoios
“Além dos Sindicatos, Federações e Confederações, vamos buscar outros apoios. Força Sindical e CUT já se manifestaram e outras Centrais e entidades certamente vão nos apoiar. A forma apressada da privatização já denuncia interesses escusos, para não dizer que querem apagar um monte de sujeira que existe por lá”.
Fonte: Agência Sindica

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